O Homem desperta e sai cada alvorada
Para o acaso das cousas... e, à saída,
Leva uma crença vaga, indefinida,
De achar o Ideal nalguma encruzilhada...
As horas morrem sobre as horas... Nada!
E ao poente, o Homem, com a sombra recolhida
Volta, pensando: "Se o Ideal da Vida
Não vejo hoje, virá na outra jornada...
Ontem, hoje, amanhã, depois, e, assim,
Mais ele avança, mais distante é o fim,
Mais se afasta o horizonte pela esfera;
E a Vida passa... efêmera e vazia:
Um adiantamento eterno que se espera,
Numa eterna esperança que se adia...
Raul de Leoni
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sexta-feira, 23 de outubro de 2009
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Se de toda a obra completa desse poeta o tempo nos legasse apenas Argila, valeria ter vivido esse poeta estupendo, Raul de Leôni. Sua luz mediterrânea é maravilhosa. www.esiopoeta.blogspot.com
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